Gado doméstico |
Encefalopatia espongiforme bovina é popularmente conhecida como a doença da vaca louca. É uma doença neurodegenerativa que afeta o bovinos domésticos. A doença surgiu no início dos anos 80 na Inglaterra e possui o príon como agente patogênico. É transmissível ao homem na forma da variante Creutzfeldt-Jakob.
Os primeiros relatos ocorreram em abril de 1985, no Reino Unido, com veterinários indicando vacas com 4 a 5 anos de idade adoecendo de uma doença fatal que apresentava disfunções de sistema nervoso central. A epidemia avançou rapidamente, com mais de 3.500 casos por mês em janeiro de 1993.
Os sinais nervosos eram desordens comportamentais causadas por alterações do estado mental (apreensão, nervosismo e agressividade), falta de coordenação dos membros durante a caminhada e incapacidade de se levantar. O animal perdia o apetite. Era necessário sacrificar este bovino em até 3 semanas, pois não respondiam a nenhum tratamento. Não havia distinção de raça.
A EEB estava associada ao uso de farinha de carne e ossos, utilizada na produção de rações, que era proveniente dos cadáveres de animais que não podiam ser consumidos. Esses animais eram chamados de "Four-D", por possuirem os 4 "d", de disabled (incapacitados), diseased (doentes), dying (em processo de morte) e dead (já mortos na fazenda).
O uso desse material permitiu o crescimento da epidemia porque os animais afetados pela doença eram reciclados para a produção de mais farinha de carne e ossos.
A descoberta resultou em uma política de incineração dos animais infecctados. O governo britânico proibiu em 1988 o uso da proteína originada dos tecidos de ruminantes contaminados, ocasionando o declínio da doença em 1993. No Reino Unido ocorreram 5.068 casos (2,75% do total mundial) de EEB até dezembro de 2004. Testes experimentais demonstraram que apenas 1 g do cérebro de um animal com EEB administrado por via oral a outros bovinos era capaz de causar a doença nos padrões normais.
Em 2003, uma missão Européia de especialistas em EEB avaliou o Risco Geográfico da EEB (Grupo GBR) dos rebanhos brasileiros. Com base nas medidas tomadas, considerou satisfatórias as garantias fornecidas pelo Governo Brasileiro sobre os bovinos importados, classificando o Brasil como risco 1, ou seja, "altamente improvável" de apresentar a ocorrência da EEB.
Um ponto que favoreceu esta classificação foi o fato de que os sistemas de produção de leite e de carne bovina utilizados no Brasil são quase que exclusivamente a pasto e a suplementação alimentar, quando ocorre, utiliza principalmente fontes de proteína de origem vegetal, tornando o país naturalmente refratário ao surgimento e à manutenção da EEB em seu território.
Uma animação explicando a encefalopatia espongiforme bovina pode ser encontrada no site Argosy Medical.